A Revolução do Espírito [Adventism’s Greatest Need (2011)], Ron Clouzet (2016).
Ao ler o título eu esperava que este livro contivesse uma profunda, ou mesmo revolucionante, verdade. Em vários aspetos não decepcionou. Pela própria admissão do autor, a maior parte da informação que ele apresenta não é novidade nem original para si mesmo. No entanto, a maneira como ele compõe todas as informações forma uma imagem convincente.
Este livro é essencialmente um chamado ao reavivamento e reforma e nele Ron Clouzet procura demonstrar porque é que
“um reavivamento da verdadeira piedade entre nós” ainda permanece como “a maior e mais urgente de todas as nossas necessidades”.
O livro está dividido em quatro secções: Promessa, Pessoa, Práxis (da teoria à prática), e Poder. Nas primeiras duas secções, Ron examina as primeiras experiências da igreja apostólica e do movimento adventista para ilustrar o quanto Deus deseja conceder este dom à Sua igreja. Nas duas últimas secções ele explora maneiras práticas nas quais podemos colocar a teoria na prática e empenhar-nos no trabalho de buscar e receber este dom.
Um conceito importante, porém simples, que se destacou para mim foi a ideia de que o processo pelo qual passamos a experimentar a bênção do poder e da influência do Espírito Santo nas nossas vidas não é um processo passivo. Pelo contrário, é um processo que vem como resultado do compromisso e da procura pessoal. De fato, “buscá-lo deve ser o nosso primeiro trabalho”.
““Este trabalho nada tem a ver com a obtenção da salvação – essa obra é de Deus – mas tem a ver com renúncia, e chegar ao ponto onde Deus pode abençoar-nos como nunca antes. E no que consiste este trabalho? Em quatro coisas: confissão, humilhação (entrega), arrependimento e oração fervorosa.”
Compreendi a realidade deste fato quando refleti sobre os momentos passados, nos quais a compreensão intelectual que adquiri não se traduzia necessariamente numa experiência espiritual mais poderosa. Percebi que, embora seja importante crescer em conhecimento e compreensão, nunca devemos esquecer-nos da importância de abrir os nossos corações à condução do Espírito Santo.
No geral, achei este livro agradavelmente fácil de ler. Particularmente gostei das histórias pessoais e ilustrativas que o autor usa para salientar as suas ideias ao longo do livro; desde a história do jovem analfabeto que aprendeu a ler sob a inspiração do Espírito Santo para que ele pudesse testemunhar na sua aldeia, à história dos oito membros de igreja que mergulhavam juntos num lago gelado da Rússia todas as manhãs para demonstrar o seu compromisso enquanto oravam para que Deus reavivasse a sua igreja, que estava a morrer, através do Seu Espírito Santo (os resultados foram espetaculares). Através deste livro, entendi melhor que, embora seja bom debruçarmo-nos sobre os eventos finais, não devemos esquecer-nos de que “a vinda do Espírito às nossas vidas precede a vinda do Senhor ao nosso mundo.”
Naison Chitiyo trabalha atualmente como revisor oficial de contas e gosta de ler livros e artigos sempre que o tempo lhe permite.
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